Foto Emiliano Capozoli/Divulgação

O espetáculo Strindbergman tem sua ideia originária e formalização na esfera da referência. Quando explicita a imbricação e relação entre o dramaturgo August Strindberg e o cineasta Ingmar Bergman, parece abrir para o espectador as condições de possibilidades de realizar suas próprias dobras. Portanto, este âmbito de criação quase barroca nos permite encontrar aí seu lugar como obra contemporânea. Permitam-me ver o espetáculo a partir de um olhar de referências, a partir de minhas dobras.

Utilizo para o espetáculo o termo contemporâneo de forma mais livremente do que em relação à noção de “Teatro Pós Dramático” de Hans-Thies Lehmann. No livro do mesmo nome, Lehmann discorre a respeito de uma nova poética que é uma espécie de formalização teatral em resposta às transformações artísticas operadas desde as vanguardas históricas em conjunto com os contextos comunicacionais e com a ampla difusão da tecnologia da informação no século XX.