Foto: Marcella Garbo.

Com uma montagem limítrofe ao vídeo, a peça Astronautas põe em jogo a hipervalozição das verdades científicas e aproxima esse discurso às incertezas das ciências humanas. A cena é concentrada na projeção que exibe uma montagem de diferentes aulas de astrofísica e cosmologia, comunicações filosóficas e manifestações artísticas. Por vezes a voz da diretora Maria Borba, sentada ao lado da tela, sobrepõe-se às imagens, acompanhada ao violão por Augusto Maulbouisson, sentado do outro lado da tela. Tais interferências pontuam uma manifestação artística por cima de uma aridez da física e amaciam algumas verdades que são postas em xeque pelos próprios professores. A questão posta não procura desconstruir a teoria das cordas ou dizer que nada se sabe acerca do universo. A peça parece apontar para a pessoalidade e para a singularidade das descobertas, sejam elas científicas, artísticas ou filosóficas.