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A comédia da embriaguez

26 de fevereiro de 2010 Estudos

Trecho adaptado do livro “Réquiem à infância: um estudo sobre Um sábado em 30 e Viva o cordão encarnado, de Luiz Marinho”

Cachaça! Também conhecida como aguardente, cana, ou caninha. Esses são alguns dos sinônimos mais comuns empregados na denominação deste destilado brasileiro. Seus nomes são múltiplos, proteicos, infinitos. Refletem as metamorfoses da bebida desde sua introdução no Brasil no séc. XVI até à atualidade. Transformações que abrangem tanto o seu modo de preparo quanto o uso e os ritos que lhe são veiculados no decorrer dos séculos e nas distintas geografias em que se estabelece: da farmacopeia e dietética do Brasil colônia, a cachaça é absorvida na liturgia das religiões indo-afro-brasileiras, sendo utilizada tanto por médicos, no período colonial, quanto por curandeiros e benzedeiros ainda hoje; inicialmente, de guloseima dos animais de tração transforma-se em aperitivo de pobre e, posteriormente, ascende ao status de bebida elegante made in Brazil com exóticas batidas para gringo degustar e burguês esnobar. E, ao mesmo tempo, torna-se também uma bebida cult entre a intelligentsia, artigo de exportação da brasilidade. Cachaça, síntese da identidade brasileira.

Ativo/reativo – um par da escrita paradoxal de Barthes

9 de abril de 2008 Estudos

O livro Escritos sobre teatro reúne ensaios de Roland Barthes, tanto como crítico quanto como freqüentador de teatro, ao longo da década de 1950. Barthes é quem escolhe o ensaio de abertura da coletânea: um texto de 1965, que faz uma espécie de síntese de sua crítica em relação ao teatro, uma crítica que perfaz o trânsito entre o objeto e o gosto.

“Sempre gostei muito de teatro e, no entanto, quase já não o freqüento. Essa é uma reviravolta que me intriga. O que aconteceu? Fui eu que mudei? Ou o teatro? Será que deixei de amá-lo, ou o amo demais? Quando era adolescente, desde os quatorze anos, freqüentei os teatros do Cartel. Ia regularmente aos Marthurins e ao Atelier assistir aos espetáculos de Pitöef e adorava Dullin como autor, por que ele não encarnava seus papéis: era o papel que se integrava ao fôlego de Dullin, sempre o mesmo, qualquer que fosse o papel que representava.”

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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