Foto: Glenio Campregher

Em É Só Uma Formalidade, seu espetáculo de estreia, o grupo mineiro Quatroloscinco Teatro do Comum escolheu tratar da ilusão, tema dos mais pertinentes à arte teatral. Se a vida não é bonita o bastante, como diz um dos quatro atores em cena, resta criar.

Interessados nos fracassos da trajetória humana e nas esperanças que se esvaem, os atores-criadores armam o espetáculo, porém, sem sucumbir simplesmente ao retrato do feio ou do sombrio. Se questionam a ficcionalização ilusória da realidade, há neles sobretudo uma crença na criação artística, que se expressa em uma dramaturgia irônica e pessimista, mas, ao mesmo tempo, em relações afetuosas entre os atuantes e destes com a plateia. Sinal de que, diante da falta de entendimento entre os personagens, o grupo não desistiu da comunicação com o público. O pessimismo, então, aparece como tema, não como fim.