Mary Stuart, clássico de Schiller, é encenada em São Paulo e no Rio, mostrando como anda a produção teatral das duas cidades.

De tempos em tempos, o público tem a sorte de ter em cartaz simultaneamente duas versões da mesma peça. Aconteceu recentemente com Ricardo III, de Shakespeare, quando Jô Soares dirigiu Marco Ricca e Roberto Lage dirigiu Celso Frateschi ao mesmo tempo na cidade de São Paulo. Com duas montagens em cartaz do mesmo texto, as opções de cada uma ficam bem mais evidentes, revelando não só o quanto o teatro é uma arte de infinitas possibilidades, mas principalmente como a arte é feita de várias escolhas que – esperamos – se traduzem no palco como uma realidade inventada. Obviamente, ao relevar alguns aspectos do texto e ignorar outros, ao escolher uma tradução ou realizar cortes no texto original, um diretor e sua equipe direcionam também a maneira pela qual o público vai usufruir daquela obra.