Atenas, 2017. A capital grega vive os espectros de sua Antiguidade. Nos arredores da Acrópole, nas lojas de souvenir, turistas podem encontrar cartões postais com imagens de um passado glorioso e mítico, que contrastam com o atual imaginário sobre a cidade, muitas vezes associado à ideia de crise. Atenas subsiste de sua ancestralidade. Mas para além dos rastros do grande berço da civilização ocidental, Atenas chama a atenção global como ambiente potente para uma nova produção artística. A instabilidade de uma cidade de pouca relevância no cenário econômico da União Europeia é também responsável pela projeção de sua força cosmopolita criativa. As ruínas que compõe o museu a céu aberto de arte e arquitetura clássicas dividem espaço com grafites e outras formas de intervenções urbanas contemporâneas. Passado e presente, glória e decadência, cânone e transgressão são contradições que atravessam a sua atualidade.