Esse texto[1] articula a minha pesquisa acadêmica, assim como a minha vivência como crítico e artista – pesquisa que atravessa as minhas graduações, em jornalismo e em artes cênicas, uma especialização em antropologia cultural e, atualmente, uma pesquisa de mestrado em filosofia. O modo como eu entendo e como eu venho pensando a crítica de arte, e mais precisamente a crítica de teatro, é de uma forma inexoravelmente interdisciplinar. O meu lugar de fala, portanto, é de um artista-pesquisador-crítico e não parece ser possível dissociar nenhuma dessas esferas, ainda que seus desenvolvimentos e exercícios aconteçam com várias particularidades (essa ideia de uma “crítica de artista”[2] é desenvolvida por Daniele Avila Small, mais especificamente no artigo “Crítica de artista ou O crítico ignorante 7 anos depois”, mas perpassa também o seu livro O crítico Ignorante, em que o pensamento de Jacques Rancière é central, em referência a uma obra chamada O mestre ignorante).