NOTA: O Manifesto futureStage (palcoFuturo) foi escrito de maneira coletiva ao longo do último ano pelo futureStage Research Group at metaLAB at Harvard (Grupo de Pesquisa palcoFuturo do MetaLAB de Harvard). Com expectativas novas para as mídias, a cultura e a presença em um mundo hiperconectado, os marcos civis das artes performativas estão se transformando. Assim, a partir de uma série de encontros, o futureStage – um projeto de pesquisa global dedicado a investigar desafios atuais e perspectivas futuras para o desenvolvimento de casas de espetáculos para a ópera, o teatro e demais artes performativas – reuniu um time internacional e interdisciplinar de pesquisadores e especialistas para identificar e mapear tais mudanças, endereçando-se tanto aos problemas quanto às oportunidades que aparecem com novas configurações de palcos, cidades e públicos. Ao comparar e analisar as melhores práticas e as ideias seminais entre diversas áreas, o grupo pretende produzir anualmente um manifesto/relatório como referência e inspiração para governos, instituições culturais e organizações artísticas no mundo. 

Este é o primeiro relatório.

O texto original em inglês: http://future-stage.org


Performance não é mercadoria. Não é um luxo. Não é algo que se soma indiscriminadamente ao fluxo da vida. Não pertence ao éter, ao estado ou a financiadores privados. Não pertence aos espaços em que se performa.

Seja na forma de uma improvisação de rua ou de uma encenação formal de uma obra consagrada de séculos passados, ela pertence ao momento.

A performance é intersticial e conjuntiva: está sempre irrompendo, performada de novo no ato de performar. É uma encenação que envolve sons, imagens, cheiros, corpos, espaços, tempo e tato. Longe de estar à parte, ela é virtuosamente entrelaçada com todas as outras artes, das espaciais às visuais. A performance é um edifício fluido construído de interações: entre artista, equipe de produção e público; entre natureza e cultura; entre o humano e a máquina; entre arquitetura e seres vivos.