Críticas

Um convite à trama: entre o real e o ficcional

31 de agosto de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

É culpa da vida que sonhei ou dos sonhos que vivi fez uma primeira temporada dentro da Ocupação Artística Vem! do Teatro Gonzaguinha e agora segue em cartaz na programação da Ocupação Complexo Duplo, no Café do Teatro Gláucio Gill até 24 de setembro. Com texto e direção de Iuri Kruschewsky, recém formado pelo curso de Artes Dramáticas da UniverCidade, o espetáculo é um instigante e corajoso primeiro voo do artista. Podemos vislumbrar em seu trabalho a vontade de experimentar, o desejo de lançar questões que o fazer teatral pode proporcionar. O ano de 2012 para o calendário teatral carioca me parece interessante ao apontar a atenção para diversos trabalhos de jovens artistas que se lançam à prática teatral e que estiveram (e estão) em cartaz no circuito profissional. Há uma nova safra de artistas do teatro que está emergindo na cidade com trabalhos significativos e cheios de seriedade artística e profissional, que vêm dos seus respectivos centros acadêmicos ou de diferentes agrupamentos de artistas de diversas origens e formações.

CONTINUAÇÃO

Para saber ler estrelas

30 de agosto de 2012 Críticas
Foto: Diculgação.

O texto foi elaborado durante a Oficina de Crítica ministrada por Dinah Cesare no Projeto Teatro na Contramão do Espaço Cultural Escola SESC.

Cachorro Morto, da Cia. Hiato de São Paulo faz o espectador vislumbrar o mundo por meio dos olhos de um menino portador da síndrome de Aspenger, semelhante ao autismo. A dramaturgia inspirada no livro Nascido num dia azul de Daniel Tammet, aparentemente despretensiosa, se desenrola a partir da morte do cachorro da vizinha. O papel do protagonista, que busca uma resposta sobre o crime, é fragmentado pelos cinco atores. Cada um construiu características individuais peculiares, como ter o talento com os números ou a obssessão pelo estado de Massachusetts, que acabam formando um quadro único da personalidade do menino, que recebe o nome do ator que está interpretando-o no momento.

CONTINUAÇÃO

Imersão na materialidade

29 de agosto de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

O espetáculo Auch, apresentado no Rio de Janeiro na segunda edição do Festival De Trupe: encontro de grupos teatrais, organizado pelo grupo Milongas, situa o espectador no encontro de uma pletora de teatralidades, calcada no empenho dos integrantes do grupo chileno Teatro Phi de elaborar situações, ritmos, sonoridades e visualidades a partir do preenchimento de objetos como baldes, galões, latas e outros elementos, de utilidade cotidiana definida, no espaço do palco. A escrita cênica da peça se define pelo rigor com que os atores-performers executam partituras de movimento e outras criações coreográficas de visível complexidade.

CONTINUAÇÃO

Vida e arte em suspeição

23 de agosto de 2012 Críticas
Foto: Divulgação.

Inglaterra – versão brasileira, dirigida por Bel Garcia e com texto de Tim Crouch, materializa questões latentes do mundo atual em um nível de entrelaçamento que causa, no mínimo, nossa perplexidade. Reconhecer que o curso dos acontecimentos é entrecortado pelo intempestivo é um processo doloroso. Compreender ainda que esse curso é interrompido por coisas que estão imersas em uma dimensão sem territórios definidos pode ser avassalador. A peça expõe a crueza do poder financeiro em que o comércio se solidariza com a noção de arte, sendo ambos importantes elementos que fomentam o par vida/morte. Existe um refinado jogo de imagens tensionadas entre o que se apreende com os termos agradecimento e reconhecimento.

CONTINUAÇÃO

A presentificação do passado

23 de agosto de 2012 Críticas
Foto: Paula Kossatz.

Miguel Falabella olha com esperança para as personagens de A Partilha, irmãs que se reencontram no velório da mãe e promovem um acerto de contas doce-amargo ao longo do processo de divisão dos bens familiares. Maria Lúcia, Regina e Laura se esforçaram para reescrever suas histórias, mesmo que através de relacionamentos nem sempre norteados pelo amor. Se não acertaram, contabilizam, pelo menos, o esforço da mudança. Selma, apesar de ter se acomodado num casamento burocrático, começa a ensaiar uma transição.

CONTINUAÇÃO

Edições Anteriores

Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

Edições Anteriores