Críticas

Sobre teatro, resquícios e cinema

23 de julho de 2011 Críticas
Aderbal Freire Filho. foto: Nil Canine.

Depois do filme, Ulisses não foi feliz, mas tentou. Desses desejos que muitas pessoas têm de saber o que acontece com o personagem após o final da história. Ulisses é o personagem de Aberbal Freire-Filho no filme Juventude (2008), de Domingos de Oliveira. O Ulisses da peça é o mesmo, tempos mais tarde. Pode-se dizer que a peça tem início, no mínimo, numa ideia interessante.

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O inalienável tempo do percurso

19 de julho de 2011 Críticas
Sergio Siviero e Aury Porto. Foto: Cacá Bernardes.

A peça O idiota – uma novela teatral foi criada por iniciativa dos fundadores da Mundana Companhia, de São Paulo, Aury Porto (que faz o Príncipe Míchkin e assina a adaptação) e Luah Guimarãez (Nastássia Filípovna, que assina colaboração dramatúrgica). A diretora Cibele Forjaz, da Cia Livre, também assina a dramaturgia, assim como Vadim Nikitin. Colaboraram ainda Elena Vássina e Boris Schnaidermann.

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Uma encenação na frontalidade

30 de junho de 2011 Críticas
Foto: Guga Melgar.

A encenação dirigida por Moacir Chaves de O retorno ao deserto, texto de Bernard-Marie Koltès, produz um continente tensionado pelas noções de superfície e profundidade por meio da opção de valorização da palavra como vetor da teatralidade. Essa tem sido, em uma boa medida, uma das investidas observáveis no trabalho do diretor, que cria zonas de contrastes para a recepção, construídas por um movimento de aproximação e de distanciamento que abre espaço para o jogo reflexivo. A ideia de uma teatralidade pautada pelo texto orientou fortemente o teatro ocidental, mas foi paulatinamente desconstruída em favor dos demais elementos da representação teatral na contemporaneidade. Assim, O retorno ao deserto aparece como um objeto constituinte de uma historicidade teatral, na razão própria de seu deslocamento.

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Fusão temporal em espetáculo expositivo

30 de junho de 2011 Críticas
Foto: Pablo Pinheiro.

Gabriel Villela propõe articulações (pelo menos, aparentemente) ousadas em Sua incelença, Ricardo III. O próprio título sugere uma apropriação da peça de William Shakespeare atravessada por referências à cultura nordestina e instâncias temporais diversas. De certo modo, o diretor inscreve esse espetáculo – resultado de sua parceria com o grupo Clowns de Shakespeare, de Natal – na vertente de versões contemporâneas de obras do autor inglês, como, guardadas as devidas distâncias e proporções, o filme Romeo + Juliet, de Baz Luhrmann. O entrelaçamento entre passado e presente também faz evocar outra produção cinematográfica (agora, desvinculada de Shakespeare): Maria Antonieta, de Sofia Coppola.

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Incertezas

29 de junho de 2011 Críticas
Foto: Marcella Garbo.

Com uma montagem limítrofe ao vídeo, a peça Astronautas põe em jogo a hipervalozição das verdades científicas e aproxima esse discurso às incertezas das ciências humanas. A cena é concentrada na projeção que exibe uma montagem de diferentes aulas de astrofísica e cosmologia, comunicações filosóficas e manifestações artísticas. Por vezes a voz da diretora Maria Borba, sentada ao lado da tela, sobrepõe-se às imagens, acompanhada ao violão por Augusto Maulbouisson, sentado do outro lado da tela. Tais interferências pontuam uma manifestação artística por cima de uma aridez da física e amaciam algumas verdades que são postas em xeque pelos próprios professores. A questão posta não procura desconstruir a teoria das cordas ou dizer que nada se sabe acerca do universo. A peça parece apontar para a pessoalidade e para a singularidade das descobertas, sejam elas científicas, artísticas ou filosóficas.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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