Críticas

Reflexão e comicidade sobre a condição humana

30 de setembro de 2011 Críticas
Foto: Divulgação.

“Solidão é lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão.”

A solidão, ao que tudo indica, parece ter se tornado um dos grandes males dos tempos modernos. O tema aparece com certa recorrência em músicas, livros e no cinema. A escola existencialista acredita que a solidão faz parte da essência do ser humano. Cada pessoa vem ao mundo sozinha, atravessa a vida como um ser em separado e, no final, morre sozinho. Aceitar o fato, lidar com isso e aprender como direcionar nossas próprias vidas de forma bela e satisfatória é a condição humana.

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Sob o império do controle

29 de setembro de 2011 Críticas
Bob Wilson. Foto: Mariano Czarnobai.

A decisão de Bob Wilson de encenar – e trabalhar como ator – A Última Gravação de Krapp, uma das principais atrações da última edição do festival Porto Alegre em Cena, é bastante compreensível. Em primeiro lugar, Wilson está completando 70 anos, a mesma idade do personagem de Samuel Beckett, o que confere a este trabalho um caráter, em alguma medida, revisionista ou memorialista.

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Visualidade e desaparecimento da linguagem

21 de setembro de 2011 Críticas
Angela Leite Lopes. Foto: divulgação.

“Pelo instrumento do teatro, atingir a visão da palavra;
pelo instrumento do teatro captar a palavra pelos olhos,
ver o pensamento.”
(Valère Novarina in Diante da Palavra)

Teatro dos ouvidos é uma obra que se mostra como um híbrido de performance, teatro e artes plásticas dirigida por Antonio Guedes e atuada por Angela Leite Lopes. O trabalho é uma parceria entre o Teatro do Pequeno Gesto e a L’Acte – atos de criação teatral. A germinação é o texto homônimo de Valère Novarina, pintor, poeta e dramaturgo que edifica seu trabalho pelo trânsito entre as fronteiras que demarcam diferentes gêneros artísticos. A performance, apresentada em agosto na galeria do Espaço Cultural Sérgio Porto, criou condições de possibilidade para a percepção de que a arte surge por meio do confronto. O título já sinaliza o enfrentamento de um deslocamento e uma ambiguidade. Teatro originalmente significa o lugar de onde se vê e aqui a linguagem é o que se mostra.

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Uma dramaturgia de instabilidades

20 de setembro de 2011 Críticas
Sílvia Bronstein, Pedro Henrique Monteiro e Branca Messina. Foto: Dalton Valério.

Uma das chaves possíveis para analisarmos a estrutura cênico-dramatúrgica do espetáculo Trabalhos de amores quase perdidos, texto e direção de Pedro Brício, é pensá-las a partir de uma série de tensões, relacionadas a instabilidades ou impossibilidades de certas situações engendrados pelo autor, tanto na esfera ficcional quanto na esfera da criação.

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Estética da impotência

31 de agosto de 2011 Críticas
Foto: Divulgação.

“Estamos cansados do homem, nós sofremos do homem.”

Nietzsche

Após a reviravolta que sacou a humanidade da Idade das Trevas, o Renascimento formulou uma nova concepção do mundo, sob a qual, aos poucos, a sociedade europeia e suas descendentes foram se estruturando. Logo o Humanismo trouxe a figura do indivíduo e a ideia de uma razão que determina e referencia qualquer realização. O Racionalismo apossou-se do trono divino, vago na modernidade. O homem e seus costumes foram dissecados. Com esses estudos, manuais enciclopédicos puderam ser forjados para auxiliar o caminhar da sociedade. Não obstante, a referência a esse humanismo se tornou compulsória e o comportamento do homem se estruturou como uma fórmula demasiado humana. O grupo Quatroloscinco, procurando desconstruir esse protocolo, levou à cena É só uma formalidade.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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