Críticas

Um jogo de poder entre a voz e o silêncio

25 de abril de 2016 Críticas

Vol. IX, nº 67 abril de 2016 :: Baixar edição completa em PDF

Resumo: Crítica da peça Caesar como construir um império, montagem que estreou em fevereiro no Espaço SESC, adaptação do clássico Julius Caesar de William Shakespeare com direção de Roberto Alvim. Trata-se de uma reflexão a partir das proposições geradas pela peça.

Palavras-chave: Julius Caesar, Roberto Alvim, William Shakespeare, Club Noir

Abstract: Review of Caesar como construir um império, the play which debuted in February at Espaço SESC, adaptation of the classic Julius Caesar by William Shakespeare, directed by Roberto Alvim. This is a reflection from the proposals generated by the play.

Keywords: Julius Caesar, Roberto Alvim, William Shakespeare, Club Noir

 

O momento atual da sociedade brasileira por si só justifica a encenação de um conflito de poder. Mais especificamente no que diz respeito ao pleito atual que divide o país de uma forma bastante simplificada, para não dizer fictícia, entre os defensores do governo e seus detratores, a encenação de Caesarcomo construir um império é bastante bem-vinda. Claro que estou apontando aqui nesta visão típica do maniqueísmo apenas uma vertente que se diz hegemônica no debate nacional fortemente incendiado e dirigido pelas mídias dominantes. Existem diversos outros fóruns em que a discussão política mostra seus contornos mais complexos. No entanto, a ideia de polaridade ilusória, expressa inclusive por discursos contraditórios que revelam distorções de base com desdobramentos em nossas vidas políticas, é um tema compartilhado entre a realidade de nosso tempo e a da peça Caesar.

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Um espaço para o devir

25 de abril de 2016 Críticas

Vol. IX, nº 67 abril de 2016 :: Baixar edição completa em PDF 

Resumo: O texto enfoca o espetáculo Cabras, cabeças que voam, cabeças que rolam, criado e dirigido por Maria Thaís para a companhia Balagan, de São Paulo.

Palavras-chave: Cabras, Balagan, montagem, narratividade.

Abstract: The review focuses Cabra, cabeças que voam, cabeças que rolam, created and staged by Maria Thaís for Balagan group from São Paulo.

Keywords: Cabras, Balagan, montage, narrativity.

 

Sétimo trabalho da companhia paulista Balagan, Cabras, cabeças que voam, cabeças que rolam se inscreve na mesma vereda por ela antes trilhada de procurar uma poética estreitamente vinculada com o tema proposto, reinventando um percurso de criação cujo destino é tocar algo novo e antes não referido.

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O teatro político e a teatralidade

24 de dezembro de 2015 Críticas

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: Crítica do espetáculo BR-Trans, com Silvero Pereira e direção de Jezebel de Carli. O texto pensa a encenação a partir de noções históricas do teatro político e reflete sobre o uso da teatralidade na cena.

Palavras-chave: Teatro político, teatralidade, trans

Abstract: Review of the play BR-Trans, with Silvero Pereira and direction of Jezebel Carli. The text thinks the staging from historical notions of political theater and reflects on the use of theatricality in the scene.

Keywords: political theater, theatricality, trans

 

As discussões sobre gênero e identidade estão num momento de ascensão na sociedade. Atravessando os limites dos estudos especializados, refletir sobre o universo trans não é uma demanda exclusiva de instituições de ensino. Temos exemplos diários de novas histórias de vida de pessoas trans que vão desde a infância – com relatos de pais e crianças durante a fase de crescimento e formação do corpo e reconhecimento de identidade –, passando pela juventude – com desdobramentos da vida escolar, da entrada nas universidades, com o registro e alteração do nome social –, até a vida adulta – com o ingresso no mercado de trabalho fora da marginalidade e com direitos adquiridos. Muitos exemplos se compararmos com um passado recente, porém, poucas histórias para tantas pessoas ainda excluídas, que têm sua dignidade e cidadania negadas.

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Virá?

24 de dezembro de 2015 Críticas

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: O texto pretende analisar o espetáculo Projeto brasil, peça da companhia brasileira de teatro, de Curitiba, sob a perspectiva da relação com o espectador, a partir dos conceitos de interpelação e apreensão dos atos de fala de J. L. Austin, das ideias de Althusser e Judith Butler. O texto também aborda a obra como uma síntese e um ponto culminante do trabalho autoral do grupo.

Palavras-chave: interpelação, endereçamento, atos de fala, apreensão, dramaturgia contemporânea

Abstract: The text aims to analyze Projeto brasil, a play by companhia brasileira de teatro, a theatre group from Curitiba, Brazil, studying the relationship the plays proposes to the spectator regarding the concepts of interpellation and uptake in J. L. Austin’s speech acts as well as in the ideas of Althusser and Judith Butler. The article also approaches the work as a synthesis and a high point in the authorial trajectory of the group.

Keywords: interpellation, addressing, speech acts, uptake, contemporary dramaturgy

 

Se eu pergunto e vocês me respondem,

alguém me responde,

podemos começar o diálogo.

Vida, companhia brasileira de teatro

 

Em 2013, em Belo Horizonte, participando do Festival Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, assisti a uma cena da companhia brasileira de teatro, com duração de quinze minutos, intitulada Taubira, criada para o festival como demonstração de processo de criação ou como uma experimentação a partir de uma pesquisa do grupo. A cada um dos três dias de festival, depois das apresentações dos grupos locais, assistíamos a uma cena de uma companhia convidada. O grupo Clowns de Shakespeare já tinha apresentado uma bela homenagem ao teatro, cheia de referências à trajetória do Grupo Galpão. A cena da brasileira ficou para o último dia e acabou acontecendo como uma celebração dos encontros do festival.

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Descendo a escada

24 de dezembro de 2015 Críticas

Vol. VIII n° 66 dezembro de 2015 :: Baixar edição completa em pdf

Resumo: o autor tece considerações sobre A escada de Jacó, da companhia Studio Stanislavski, montagem que estreou em agosto de 2015, no SESC Copcabana. Trata-se de uma reflexão sobre as imagens produzidas pelo espetáculo, que reverberam um substrato insondável, porém fundamental, da cultura brasileira.

Palavras-chave: imagem, cultura brasileira, estranho

Abstract: the author gives thought to A escada de Jacó, work by Studio Stanislavski company, premiered in august 2015 in SESC Copacabana. The text is a reflection on the images produced by the presentation, which reverberate an inscrutable substract of Brazilian culture, but certainly a fundamental one.

Keywords: image, Brazilian culture, uncanny

 

A Celina Sodré, pela atenção.

Jacó sonhara com uma escada. Por ela, anjos transitavam entre o céu e a terra, levando aos homens a mensagem de nosso Senhor. Próximo aos degraus mais baixos, o homem deveria manter seu horizonte no ponto mais alto da escada, onde estaria Deus guardando a entrada de seu reino divino. No simbolismo da escada de Jacó, há um inegável sentido ascendente: subindo os degraus, revela-se a verdade por trás do dogma divino, a verdade cósmica superior à imperfeição terrena. Na vida proliferante das imagens simbólicas, percebe-se que essa tendência se dissemina por toda a iconografia e a mitologia cristãs, configurando uma imagem ou estrutura simbólica amplamente reconhecível no mundo ocidental.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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