A cultura e a arte no ciberespaço

Artigo sobre a crítica e outras formas de manifestação cultural na Internet

16 de janeiro de 2009 Estudos

Introdução

Com o aparecimento da internet, surgiram novos formatos de divulgação de informações. Os veículos de comunicação migraram para este novo meio, criando espaços de interação com seus públicos. Grandes portais oferecem a cada dia mais serviços aos seus usuários. Os meios virtuais não apresentam os mesmos problemas de restrição ou censura dos meios impressos, ampliando a possibilidade de relações entre temas. Além do mais, agrega-se a isso os vínculos com as produções audiovisuais.

Ao mesmo tempo, o teatro sofreu mudanças importantes, abrindo espaço para propostas que incluem muitos outros elementos, além do texto, dificultando uma análise crítica, até então, basicamente, literária.   No mundo contemporâneo, os dramaturgos e encenadores se permitem construir, reconstruir e criar propostas cênicas que antes não eram sequer imaginadas. Enquanto isso, a crítica foi perdendo seu espaço nos jornais e sendo substituida pelas agendas de espetáculos, priorizando os aspectos comerciais. Blogs, colunas, comunidades de Orkut etc, são alguns dos novos formatos para a circulação da opinião. A cultura passou a ser mais um negócio no mundo capitalista. Todos estes novos procedimentos e códigos exigem um novo olhar, uma nova relação com a arte.

Considera-se que uma abordagem sobre a história da informática e invenções mais remotas, assim como o que está sendo desenvolvido para o futuro, possa trazer uma nova compreensão do que esta, realmente, significa, sobretudo, para a crítica teatral. Além disso, a busca de maiores informações sobre cibercultura pode contribuir para uma maior clareza do que esta representa e quais são suas reais conseqüências.

O tema aqui exposto foi elaborado com base, principalmente, nas obras produzidas por Pierre Lévy, considerando alguns textos disponíveis na própria internet e trazendo dados de entrevistas realizadas pela autora com pessoas da área teatral. Não existe a intenção de fazer a apologia da internet, nem de ocultar possíveis aspectos negativos que possa vir a apresentar e não há interesse de tentar adivinhar o que ocorrerá no futuro, mas, busca analisar as tendências e os possíveis caminhos para esta relação entre a tecnologia e a arte.

Por fim, mas, no fundo, a real razão das considerações efetuadas, o presente estudo detém-se nos espaços virtuais para a crítica e traz à tona a opinião de profissionais e especialistas em teatro e comunicação.

Quando tudo começou

Até meados do século 19, computador não era uma máquina, mas a pessoa que tinha a função de fazer contas. A palavra só passaria a ter o significado que tem hoje quando o jornal inglês London Times, em 1944, publicou uma matéria sobre equipamentos inteligentes que poderiam substituir o esforço humano de fazer cálculos. Referia-se ao ENIAC (Eletronic Numeral Integrator and Calculator) que pesava 28 toneladas, ocupava 167m2 de área e possuía 18.000 válvulas (construído por John Presper Eckert Jr. E John William Mauchly, na Universidade de Pensilvânia) e que era capaz de fazer 5.000 cálculos por segundo. Hoje, seu poder de processamento caberia num quadrado de silício com menos de meio milímetro de lado. Em 1950, surgia a IBM, a maior produtora de computadores do mundo. Seis anos depois do ENIAC, pesquisadores americanos criaram o UNIVAC (Universal Automatic Computer), da Remington Rand, o primeiro que saiu dos laboratórios acadêmicos e passou a ser vendido comercialmente, mas, com a função específica de processar folhas de pagamento.

No final da década 50, em tempos de Guerra Fria, as agências americanas do Departamento de Defesa estavam preocupadas com a manutenção das telecomunicações em caso de Guerra Nuclear assim surgiu a ArphaNet (1).  Seu objetivo era interligar centros militares, utilizando os computadores de tal forma que a destruição de um deles não impedisse a sobrevivência dos demais. Incluía, também, um centro remoto, instalado em uma aeronave em vôo. O chamado “Projeto SAGE” mantinha equipamentos de informática, distribuídos pelo território dos Estados Unidos, que continham todas as informações a respeito dos aviões que sobrevoassem as áreas e que permitiam o total patrulhamento de uma região do país.  Estes, interligados, tornavam viável saber tudo o que ocorria no espaço aéreo da América do Norte. Estas redes iniciais passaram a ser conectadas também aos centros acadêmicos que realizavam pesquisas com fins bélicos. Quando a ameaça de guerra nuclear diminuiu, os militares deram acesso aos cientistas, interligando a comunidade científica em geral, mas, havia apenas poucas centenas de computadores conectados. Mais tarde, nos anos 70, a permissão foi ampliada às universidades americanas e, depois, às universidades de outros países. Ao longo da década de 80, estas redes foram se ampliando aos poucos e acrescentando novos serviços. Em 1989, é criada, na Suíça, a World Wide Web.

No Brasil, a história da Internet só começou bem mais tarde, em 1991, com uma operação acadêmica subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia e é somente em 1995, por uma iniciativa deste e do Ministério de Comunicações, que o setor privado da internet foi aberto para exploração comercial da população brasileira. Em 1993, já são 90.000 usuários, na maioria, norte-americanos. Apenas três anos mais tarde, já se fala em 300.000 internautas brasileiros, 500 provedores e cinqüenta milhões de internautas no mundo, marca que a eletricidade havia demorado 46 anos para atingir e o automóvel, 55 anos. Em julho de 1995, havia mais de seis milhões de computadores permanentemente conectados à Internet, além de muitos sistemas portáteis que ficavam online por apenas alguns momentos.

Independente desta entrada tardia do Brasil na rede, hoje, vivemos a perda de divisa entre jornais, rádio e televisão e a criação de multimeios onde a notícia, a instrução e entretenimento se interagem.  A conexão global de informação é uma realidade que só cresce a cada dia e os avanços tecnológicos promovem cada vez mais interações virtuais. Uma única interface nos permite ter acesso a informações de livros, jornais, revistas, discos e fitas, telefone e rádio, cinema e televisão, ficando arquivadas em computadores. Todo o sistema é processado pelos computadores em quantidades e velocidades cada vez maiores. Estas transmissões hoje alcançam cabos submarinos e satélites, tornando-se universais.

“O aspecto mais espetacular da era digital está no poder dos dígitos para tratar toda informação, som, imagem, vídeo, texto, programas informáticos, com a mesma linguagem universal, uma espécie de esperanto das máquinas. Graças à digitalização e compreensão de dados, todo e qualquer tipo de signo pode ser recebido, estocado, tratado e difundido, via computador. Aliada à telecomunicação, a informática permite que esses dados cruzem oceanos, continentes, hemisférios, conectando potencialmente qualquer ser humano no globo numa mesma rede gigantesca de transmissão e acesso que vem sendo chamada de Ciberespaço. Catalizados pela multimídia e hipermídia, computadores e redes de comunicação passam assim por uma revolução acelerada no seio da qual a internet, rede mundial das redes interconectadas, explodiu de maneira espontânea, caótica, superabundante…” (2)

A NASA testou, recentemente, a primeira rede espacial de comunicações digitais, baseada na Internet. Os engenheiros do Laboratório de Propulsão conseguiram transmitir, com sucesso, pacotes de imagens entre a Terra e uma sonda espacial localizada a 20 milhões de quilômetros no espaço. Chamada de internet interplanetária, a nova rede de comunicações espaciais garante que, apesar das tempestades solares, não haverá perda de dados. Se hoje sofremos com atrasos nas transmissões, interrupções bruscas e desconexões, a Internet espacial não apresentará estes aspectos negativos, independente da adversidade encontrada no espaço. Além disso, as instituições de pesquisa já começaram a interligar os recursos de seus supercomputadores para criar um poder de processamento sem precedentes, mas, isso depende de facilitar a utilização destes computadores, o que ainda permanece um desafio que está sendo enfrentado pelos especialistas. Mas, como se isso não bastasse, existem outras ferramentas tecnológicas que também provocaram profundas mudanças na nossa percepção de mundo. A holografia é um exemplo.

Criada pelo húngaro Dennis Gabor em 1948, a holografia é uma imagem que, apresentada ou registrada em duas, cria a ilusão de ter três dimensões. Hoje, é utilizada, principalmente, dentro da pesquisa científica.  No Brasil, os pioneiros da holografia foram o Prof. José Lunazzi, da UNICAMP, Moysés Baumstein e Fernando Catta-Preta. Usada comercialmente já provocou alto impacto visual no mercado. Nas artes, tem sido utilizada como forma de expressão.

A relação entre artistas e cientistas não é sempre fácil, mas, há bastante tempo vem produzindo resultados interessantes e permitido descobertas significativas sobre o funcionamento do cérebro e as formas de percepção do ser humano. Prova disso, têm sido os trabalhos apresentados nas Bienais Internacionais de Arte e tecnologia por artistas de países como a Alemanha, a Bélgica, o Canadá, os Estados Unidos, a França e Noruega. No último evento, cientistas suecos, liderados por Henrik Ehrsson, utilizando capacetes de realidade virtual demonstraram que é possível fazer com que as pessoas se sintam em outro corpo que não o seu. Para isso, instalaram duas câmeras na cabeça de um manequim que enviavam imagens para duas pequenas telas colocadas à frente dos olhos de uma pessoa, permitindo que esta visse exatamente o que o manequim estava “vendo”.  Esta experiência demonstrou que o uso da tecnologia permite alterar a percepção que o cérebro tem do corpo ao qual pertence, o que pode ser de grande valia em aplicações de realidade virtual e na robótica. Aliás, o que antes era ficção científica começa a fazer parte do nosso cotidiano.

Quando em 2002, no filme de Spielberg, Tom Cruise tocava as telas e ia abrindo os arquivos que o interessava ou quando o filme mostrava o sistema de reconhecimento da íris, tudo nos parecia absolutamente surreal. Hoje, a tecnologia chamada multitouch permite que isso seja feito por muitos usuários comuns na vida real. Há uma tendência de integração intuitiva entre o homem e a máquina. Todos os laboratórios de design estão trabalhando no sentido de estudar a relação que as pessoas têm com os objetos para simular a forma como vão se relacionar com os computadores.

“É bom que você goste de computadores. Daqui a alguns anos, nós iremos interagir com essas máquinas fazendo carícias em sua tela, olhando fixamente ou conversando com elas. Nada de mouse, esse periférico que é uma afronta à ergonomia e à organização de nossas mesas.Você chega em casa e manda seu computador ligar. Senta na poltrona e, à frente de uma tela de 50 polegadas, dita alguma busca. O computador responde apresentando algumas opções em múltiplas janelas. Você escolhe, com um olhar, uma delas. Ela aumenta e as demais diminuem. Precisa escrever um e-mail? Com um toque na tela, chega ao ícone do gerenciador de mensagens. Você dita o conteúdo e manda o computador enviar a mensagem quando ela estiver pronta. Essa pequena ficção já é possível com a tecnologia de hoje. Telas sensíveis a toque, comando de voz e reconhecimento dos movimentos do corpo são algumas das possibilidades de interação com as máquinas.” (3)

Ciberespaço e cibercultura

Na medida em que vão surgindo novas tecnologias, aparecem novas denominações. Como em inglês o espaço virtual é chamado de ciberspace este, traduzido, denomina-se ciberespaço, significando, basicamente, o conjunto de computadores, serviços e toda atividade que constitui a internet. O ciberespaço é uma projeção e representação das relações sociais na rede, uma virtualização da realidade, do mundo real para um mundo de interações virtuais. A conscientização desta nova realidade altera a definição que tínhamos sobre o significado de localização.

“O ciberespaço: nômade urbanístico, gênio informático, pontes e calçadas líquidas do Espaço do saber. Ele traz consigo maneiras de perceber, sentir, lembrar-se, trabalhar, jogar e estar junto. É uma arquitetura do interior, um sistema inacabado dos equipamentos coletivos da inteligência, uma estonteante cidade de tetos de signos. A administração do ciberespaço, o meio de comunicação e de pensamento dos grupos humanos, será uma das principais áreas de atuação estética e política do próximo século.” (4)

Nem as distâncias geográficas, nem a presença material dos nossos corpos definem mais as nossas relações com outros e nossas trocas sociais, trocas estas que nos remetem ao termo Cibercultura. A convergência das telecomunicações e da informática permitiu a intensificação e popularização do uso da internet. Os indivíduos conectados, suas relações e as informações por eles reproduzidas vão estruturando o que se chama cibercultura que nada mais é do que a cultura contemporânea sob a interferência das tecnologias digitais. Mas, por baixo desta conceitualização, há uma complexa rede de inter-relações sócio-econômicas, políticas e, também artísticas. Um dos pontos-chave da cibercultura e o compartilhamento de arquivos, músicas, fotos, filmes, softwares de relacionamento e comunidades virtuais. Se antes, os veículos de comunicação acabavam na mão de poucos, o cibespaço permite a produção e a veiculação de chats, fóruns, blogs, páginas pessoais, etc.

Atentos a todo este contexto, a partir dos anos 80, os artistas também começaram a se interessar em ampliar as formas já conhecidas e praticadas pelos vanguardistas, utilizando agora as novas possibilidades tecnológicas. Uma das mudanças mais importantes desta proposta é a relação entre palco e platéia. A interação entre autor e artista surge de forma cada vez mais intensa, desenvolvendo o que foi chamado de arte cibernética, o que para muitos significa algo devastador, enquanto para outros amplia indefinidamente as potencialidades artísticas, tanto de produção quanto de divulgação do trabalho criado.

“O ciberespaço poderia igualmente anunciar, já encarna às vezes, o futuro aterrador ou inumano que nos é apresentado em certos romances de ficção científica: fichamento de pessoas, fichamento de dados sem local definido, poderes anônimos, impérios financeiros implacáveis, implosões sociais, apagamentos de memórias, guerras de clones enlouquecidos em meio a incontroláveis interações tempo real… No entanto, um mundo virtual para a inteligência pode ser igualmente portador de cultura, de beleza, de espírito e de saber como um templo grego, uma catedral gótica, um palácio florentino a Encyclopédie de Diderot e d’Alembert ou a Constituição dos Estados Unidos. Pode desvendar inéditas galáxias de linguagem, fazer vir à tona temporalidades sociais desconhecidas, reinventar o laço social, aperfeiçoar a democracia, abrir entre os homens trilhas de saber desconhecidas.” (5)

A digitalização no teatro

Todos estes avanços, novos equipamentos, descobertas científicas interferem na arte e na cultura e provocam novas formas de expressão e de relação com o público. Hoje, fala-se de teatro digital. Ou seja, a utilização de recursos técnicos que visam ampliar a capacidade de expressão artística. Não é necessário dizer que isso significa “pisar em areia movediça”, pois, apesar de, na maioria das vezes, faltar conhecimento do que está exatamente sendo discutido, muitos artistas são totalmente avessos ao uso de formas não convencionais. Aos que resistem, talvez, deva-se lembrar que desde a Grécia, com o Deus Ex-Machina, a técnica já estava presente expandindo o impacto da cena. Toda esta ampliação do espaço cênico no espaço virtual é uma continuação do que foi previsto no século XX com Meierhold, Gordon Craig e do conceitualismo, e o minimalismo e que definem a cena contemporânea. Outros artistas, porém, incorporam elementos surgidos a partir dos recursos digitais e modificam, assim, suas propostas de contato com o público.

Não há dúvidas de que, nos dias de hoje, esta evolução se dá em um processo absolutamente veloz e que isso dificulta a absorção e apropriação de novas técnicas. Resta saber que vantagens e qual a necessidade de resistir ou não a elas.  

“Nossos sentidos se tornaram supérfluos? Nossos olhos e nossos ouvidos são substituíveis ou intercambiáveis? Nossa substituição pela máquina é iminente? Tais são algumas das perguntas que não cansamos de fazer mais ou menos maquinalmente ao corpo e ao cérebro que somos nós os seres humanos desse começo de milênio. Não é tanto uma “fuga de cérebros” quanto uma desmaterialização do corpo, à qual é associado às vezes um processo compensatório de renaturalização da representação.
Podemos estimar que o confronto cotidiano com as mídias do telefone à televisão passando pelo cinema, o vídeo, a fotografia, o computador ou a escrita – influencia a nossa maneira de perceber e conceitualizar a realidade e que nós percebemos também a realidade espetacular de modo diverso do que há vinte, cinqüenta ou cem anos. O impacto destas mutações não é tanto fisiológico quanto neurocultural: nossos hábitos de percepção mudaram, ainda mais que nossa maneira de produzir e receber o teatro evoluiu. Isso ficará claro quando confrontarmos dois tipos de espetáculo: um, literário, é centrado no sentido teatral, o outro, ligado à eletrônica sonora, é desconcentrado e desconectado da realidade mimética. É essa diferença que melhor esclarece as mudanças da nossa maneira de perceber o mundo”. (6)

A Cia Auto-mecânica de Teatro de São Paulo em seu site(www.teatroparaalguem.com.br) apresenta peças encenadas e filmadas, mensalmente, sem edição e sempre em plano seqüência. Mantendo os espetáculos em temporadas que vão até a próxima peça a ser encenada, permitem a visualização dos espetáculos aos usuários que entram no endereço eletrônico do grupo. Embora os textos sejam, inicialmente, escritos por autores convidados pela idealizadora Renata Jesion, a idéia é que o site se abra a autores profissionais que tenham interesse de escrever textos inéditos.

Não é apenas no centro-sul do país que surgem novas propostas que ligam a arte à tecnologia. Na região amazônica, foi criado o Observatório do Teatro na web (http://teatronawebcatarse.blogspot.com/) pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará. Este projeto de extensão visa compreender o papel da cibercultura na produção, reflexão e difusão do teatro. Seus organizadores não querem ficar à margem das transformações que advêm com as novas tecnologias e têm como objetivo instrumentalizar os alunos e permitir não somente o acesso, mas, a compreensão e discussão dos novos meios de produção e difusão de informações, principalmente sobre o fazer teatral. O projeto prevê o desenvolvimento do Laboratório de linguagens multimídias e de territórios virtuais, como os blogs.

A trupe La Fura dels Baús, há vários anos, vem desenvolvendo um trabalho que foge completamente do tradicional e explora justamente projeções que dialogam com os atores e que despertam sentimentos e sensações dramáticas reais. Espetáculos, como Play on Earth (7), se utilizam da possibilidade de desterritorialização que as atuais tecnologias permitem. Dirigido por Rubens Velloso, transcorria simultaneamente em três diferentes países: Brasil, Inglaterra e Cingapura. Em 2007, a mesma companhia apresentou uma peça chamada A Verdade Relativa da Coisa em Si na qual eram utilizadas câmeras de segurança no enredo, os espectadores eram convidados a não desligar o celular, e em cena, os atores dialogavam por Skype.

Constata-se, porém, que não é apenas a utilização destes recursos digitais que estão ocorrendo nos espetáculos hoje. Existe uma interferência muito mais profunda destas tecnologias no mundo da arte. Uma delas é o que Charles Deemer, roteirista norte-americano, chama de hiperdrama no qual quem assiste é que define como a história termina, havendo possibilidades dramáticas distintas. Propostas e experiências como esta surgem todos os dias reforçando a ligação entre a arte, a ciência e a tecnologia, cujos pioneiros no Brasil são Abraham Palatnik e Waldemar Cordeiro. No Rio Grande do Sul, a artista Diana Domingues, que coordena as pesquisas do Grupo de Pesquisa Artecno, do Laboratório de Novas Tecnologias nas Artes Visuais, da Universidade de Caxias do Sul (RS), explora a dimensão artística e estética das tecnologias através do tratamento eletrônico de imagens, vídeo, dispositivos de interação, redes neurais, em instalações interativas, web art e eventos robóticos.

Cenas que alteram as noções de presença, corpo, espaço, tempo, textualidade, pela inserção da simultaneidade, da velocidade são cada vez mais freqüentes na cena teatral mundial. Trocas entre cibernautas, links em tempo real com centros geográficos distantes comprovam a contaminação do teatro pelas possibilidades cibernéticas, permitem a virtualização e amplificação da presença.  A junção de corpo, da narrativa e de experimentos sonoros e visuais é um desafio para os produtores teatrais, criando uma nova teatralidade e colocando em cheque a necessidade de edifícios teatrais. A mistura entre o espaço real e o ficcional, favorecida pelas comunicações em rede, provoca uma re-leitura das possibilidades cênicas.  

“Há alguns séculos, pelo menos, o fenômeno artístico apresenta-se no Ocidente mais ou menos da seguinte forma: uma pessoa (o artista) assina um objeto ou mensagem particular (a obra), que outras pessoas (os destinatários, o público, os críticos) percebem, experimentam, lêem, interpretam, avaliam. Quaisquer que sejam a função (!sic) da obra (religiosa, decorativa, subversiva…) e sua capacidade de transcender toda função em direção ao núcleo de enigma e de emoção que habita em nós, ela se inscreve em um esquema de comunicação clássica. O emissor e o receptor diferenciam-se nitidamente, e seus papéis são perfeitamente designados. Ora, o ambiente tecnocultural emergente suscita o desenvolvimento de novas espécies de arte, ignorando a separação entre emissão e recepção, composição e interpretação. Trata-se apenas de um possível aberto pela mutação em andamento, possível que poderia muito bem não se realizar mais, ou só parcialmente. Visamos, antes mais nada, impedir que ele se feche demasiado cedo, sem ter desenvolvido a variedade de suas riquezas. Essa nova forma de arte faz experimentar o que justamente não é mais um público de outras modalidades de comunicação e de criação” (8).

É claro que tudo isso não acontece impunemente. Traz consigo conseqüências que nem sempre são favoráveis e não faltam aqueles que fazem questão de salientar os aspectos sombrios de todas estas mudanças tecnológicas. Muitos são os alertas sobre os perigos ou sobre os efeitos negativos da globalização que se aproveitam do desconhecimento, da ignorância para provocar o medo. Por isso, é tão importante saber o que está de fato acontecendo e quais são as verdadeiras possibilidades para o futuro, evitando reações inadequadas e conservadoras no que diz respeito, sobretudo, à arte.

Recepção e crítica na era digital

A cibercultura permite a troca de informação, análises dos temas, de técnicas de linguagens, exibição de vídeos sobre a encenação, entrevistas com atores, diretores, produtores. No ciberespaço, ocorre a troca de impressões, comentários, críticas que ampliam a visão de quem assistiu ao mesmo espetáculo, criam expectativas para novos espectadores ou inspiram outros trabalhos artísticos nos diferentes segmentos da criação. A cibercultura permite adquirir novos conhecimentos, bem como descobrir novos formatos e idéias que circulam no mundo virtual sem limites.

“O surgimento da internet e a democratização do acesso a esta ferramenta são fatores que podem favorecer em larga medida a produção crítica. Não deliberadamente, nem apenas porque abrem espaço para uma pluralidade de vozes muito maior do que a que os jornais podem oferecer, mas, porque colocam a linguagem e a função da crítica em crise, na medida em que provocam um embate interno nas noções de crítica. Ao se deparar com a possibilidade de escrever crítica na internet, pode-se igualmente escrever textos com características jornalísticas ou acadêmicas, pode-se escrever fazendo uso de técnicas de interação, de veiculação de imagens, sons, efeitos visuais. A liberdade para fazermos o “uso público da própria razão” está dada. Mas, será que sabemos fazer isso? Sabemos fazer uma crítica que não esteja presa aos dois moldes conhecidos – jornalístico e acadêmico? Esta nova possibilidade de veiculação, portanto não vem para “salvar a crítica”, mas para colocá-la em crise mais uma vez, para mostrar àqueles que se interessam por ela que é preciso começar do zero para construir novas noções de crítica, novas abordagens e, especialmente, despertar o interesse pela leitura e estudo de textos críticos.” (9)

Quando se trata de gravações de espetáculos, estas não traduzem a cena propriamente dita, mas, permite um recorte do que aconteceu no palco e por meio deste podemos vislumbrar o espetáculo, a cenografia, o trabalho dos atores, do autor, do diretor desde que levemos em conta de que estamos tomando contato com tudo isso sob o olhar de quem produziu a filmagem. De qualquer forma, por ter sido feito por meio de uma técnica que foge dos elementos diretamente ligados ao fazer teatral faz refletir sobre todas as tecnologias que servem de apoio à arte, desde a iluminação até hologramas ou transmissões on-line e tudo isso deverá ser levado em consideração no momento de elaborar comentários e críticas sobre os espetáculos contemporâneos.

A crítica tem que ser repensada, absolutamente, no meio virtual. Nele, podemos usar textos, links, fotos, música, vídeo e todo o tipo de material digital. Essa hipercrítica tem que ser concebida, desenvolvida e lida como parte de uma malha gigante, que é a própria internet. O crítico que nasceu depois da internet tem de interconectar seu texto com outros, mesmo que seja para imprimir em papel. É um caminho sem volta e, quem não passa por ele, certamente estará impossibilitado de estabelecer diálogos pertinentes em alguns anos. A essência da internet são os bits e o movimento de informações. Nesse contexto, a forma da crítica é mutável, de acordo com a forma que esses bits assumem e com o movimento e caminho que percorrem. Quem produz essas formas e movimentos são pessoas e essa somatória de variantes faz com que os produtos dessa crítica possam ser infinitos.

Os modos de expressão disponíveis para comunicar-se no ciberespaço já são bastante variados e o serão ainda mais no futuro. Desde simples hipertextos até hiperdocumentos ou filmes em vídeo digital, passando pelos modelos para simulação gráfica interativa e as performances em mundos virtuais… Novas formas de escrever imagens, novas retóricas da interatividade são inventadas.

“Os periódicos, hoje, parecem ameaçados pela internet. Mas, seria um exagero estimar a “morte” da imprensa diária, como foi exagero estimar que o cinema mataria o teatro e, depois, que a televisão mataria o cinema. Mais legítimo seria louvar o aparecimento de um novo meio para veicular idéias. Surgem na rede sites noticiosos, abrigando links de crítica teatral. Porém, quase sempre, esses sites reproduzem no novo meio linguagens e critérios da imprensa diária, confinando a reflexão crítica a planos secundários. A Internet, no entanto, é um meio generoso, amplo, democrático, e poderá vir a ser importante espaço à reflexão crítica, com sites dirigidos ao público interessados na arte, sem restrições nem condicionamentos editoriais.” (10)

No entanto, apesar da internet ser um espaço de confluência de idéias, pelo fato de não ter um público-alvo e do seu conteúdo não ser supervisionado, muitos temem que a crítica teatral acabe sendo elaborada por “qualquer um”. Esta opinião, sem dúvida, gera polêmica entre os profissionais, os críticos, bem como os pesquisadores de teatro. Alguns têm uma posição mais parcimoniosa, como o crítico Afonso Gentil:

“Parece-me um exercício discutível da “democracia de opinião”. É necessária uma formação especializada sólida. A internet está a pedir – em todas as suas modalidades de manifestação – o autocontrole responsável, como têm a publicidade e as emissoras de televisão, por exemplo. Mesmo assim é comum o deslize. Que Deus nos proteja!”

Michelle Nicié também acha que, antes, é preciso fazer algumas considerações:

“Em primeiro lugar, temos que entender o que significa “qualquer pessoa”. Um açougueiro? Um padre? Um advogado? Acho importante que seja alguém que tenha, de preferência, um contato (que não seja “mínimo”, nem “ingênuo”) com arte, alguém que esteja preparado para se questionar o tempo todo sobre tudo, que tenha “sede” de interrogar, pois é daí que desenvolvemos os argumentos. O argumento não nasce sem que o desejo de interrogar esteja lá presente e vivo desde sempre no ato crítico. É preciso duvidar.”

Outros, como o crítico da Folha de São Paulo, Kil Abreu, valorizam os novos espaços de expressão:

“Ensina-nos o professor Antônio Candido que, no fundo, o crítico profissional e o diletante alcançam sempre igualmente os pontos de partida e de chegada do trabalho crítico: a impressão e o juízo de valor. A diferença é que o não especialista tende a colar uma coisa diretamente à outra, enquanto que o crítico por formação deve saber que o fundamental é a operação que acontece no caminho que vai da impressão ao juízo. O que normalmente se vê na “rede” é a expressão imediata da impressão e da valoração. Isso não é ruim. É bom que as pessoas tenham meios livres de expressão. E certamente entre estas que se expressam será possível acompanhar pontos de vista impensados e originais sobre o fazer, por que não?”

A pesquisadora de história do teatro no Brasil, Tânia Brandão, também não considera grave o fato de haver críticas no ciberespaço:

“A liberdade de pensamento e o direito à livre expressão é o mandamento primeiro da vida em sociedade, desde que o direito de cada um seja respeitado. Cada um escreve o que quiser e o que puder desde que respeite a vida e a integridade alheia. Mesmo a opinião, que não é técnica nem informada, deve ser expressa livremente.”

Independente dos posicionamentos diferentes existentes, difícil questionar o fato de a internet ser um espaço potente, desterriotarializante e sem hierarquia que elimina poderes instituídos e permite a produção diversificada de conteúdo. Até então, nos meios impressos, bem como na televisão ou no rádio, os diretores tinham compromissos bem específicos, sejam com um público determinado ou com o mercado publicitário e patrocinador. Hoje, os meios virtuais que contam com críticos especializados não possuem profissionais suficientes para cobrir todos os espetáculos apresentados. Assim, os blogs e sites que surgiram para tratar da crítica teatral são uma alternativa para encontrar referências e discutir o teatro. A maioria, infelizmente, pelo menos por enquanto, não explora as novas potencialidades tecnológicas. Ainda assim, conseguem ampliar as discussões e apresentar outros pontos de vista em um espaço onde o mais importante é o diálogo crítico e não o julgamento das obras.

Considerações Finais

 Apesar dos avanços tecnológicos serem tão numerosos e abrangentes, sabe-se que, mesmo que exista hoje tecnologia capaz de colocar uma sonda em Marte, continuamos enfrentando graves problemas em relação à miséria, à falta de saneamento básico, ao mau uso dos recursos naturais, à falta de educação, entre tantos outros. Novas técnicas permitem a produção de equipamentos cada vez mais sofisticados. A ciência evolui com passos gigantescos, enquanto esbarramos nos números assombrosos de acidentes no trânsito, de mortes pela dengue e tuberculose. Isso sem falar nas disputas políticas que levam as guerras entre os países.

No Brasil, convivemos com as diferenças sociais gritantes em que uma minoria usufrui de grande conforto, enquanto muitos ainda vagueiam pelas ruas. Altos impostos, fugas de prisões, escolas abandonadas. Como podemos compreender que tudo isso faça parte do mesmo mundo em que a tecnologia nos permite expandir de forma inimaginável nossos contatos?  É claro que a produção artística não fica fora deste contexto. É possível prever que toda esta convergência de elementos de expressão irá permitir criações artísticas ainda impensadas. Mas, sabe-se, também, que ainda existem teatros no Rio e em São Paulo, principal eixo cultural do país, que não tem mesa de luz ou som. A própria internet está permitindo a maior visibilidade desta defasagem que costuma ser tão intensamente apontada por aqueles que são contrários a ela. Pierre Lévy, entretanto, afirma que “não são os pobres que se opõem à internet – são aqueles cujas posições de poder, os privilégios (sobretudo os privilégios culturais) e os monopólios encontram-se ameaçados pela emergência dessa nova configuração de comunicação” (11).

“O ciberespaço não muda em nada o fato de que há relações de poder e desigualdades econômicas entre os humanos. Mas, para pegar um exemplo facilmente compreensível, o poder e a riqueza não se distribuem nem se exercem da mesma maneira em uma sociedade de castas, com privilégios hereditários, economicamente bloqueada pelos monopólios coorporativos, e em uma sociedade cujos cidadãos têm os mesmos direitos, cujas leis favorecem a livre empresa e lutam contra os monopólios. Ao aumentar a transparência do mercado, ao facilitar as transações diretas entre fornecedores e consumidores, o ciberespaço certamente acompanha e favorece uma evolução “liberal” na economia da informação e do conhecimento e até mesmo, provavelmente, no funcionamento geral da economia.” (12)

Aqueles que ainda temem a invasão tecnológica insistem em afirmar que a internet só existe enquanto feixes de luz forem alimentados por alguma forma de energia, ou seja, no caso desta fonte ser extinta, toda a produção que hoje ocupa o ciberespaço desaparecerá como em um passe de mágica. Será o fim de sites, blogs, comunidades, etc. Tudo isso pode, realmente, parecer estarrecedor. No entanto, antes dos computadores e da internet, onde estavam armazenados os dados sobre a humanidade? As informações sobre a nossa cultura? Em bibliotecas, como a de Alexandria, que podiam ser incendiadas a qualquer momento. Destruídas por bombas. Ou seja, não é o meio que nos ameaça e sim, o próprio homem e sua relação com os instrumentos por ele criados.

“Os meios de comunicação, em si mesmos, não são nem bons, nem maus. São úteis, do mesmo modo que o são a roda, o avião ou a energia nuclear. Mas, a roda faz andar a ambulância e o canhão, o avião serve para avizinhar cidades e para atirar bombas sobre elas, a energia nuclear contém o poder quase mágico de alavancar a humanidade e, ao mesmo tempo, o de destruí-la. Os meios de comunicação serão aquilo que o ser humano fizer deles. Essa é a grande, a imensa, a grave responsabilidade: saber utilizar as potencialidades dos novos engenhos para o bem.” (13)

Quanto à crítica, propriamente dita, ela não tem como ficar fora deste contexto tecnológico e cibernético e, quando sua morte já era iminente, ela desafiou ressurgir, ocupando estes novos espaços, não como instrumento de legitimação de mercadoria ou com qualquer outra intenção que ela tenha tido no passado, mas, propiciando o debate, permitindo o conglomerado de pensamentos sobre a relação da arte com o mundo em que vivemos, abrindo espaço para outras vozes. Bernard Dort fala sobre o que ele chama de “espectador interessado”:

“É deste que pode vir uma terceira maneira de falar de teatro. Sem dúvida, não se trata de dar a palavra a qualquer espectador, menos ainda de obrigar este a falar. Ele não se preocupa. Ele se apega ao seu silêncio. Silêncio feito de reverência e de surpresa que desperta em nós um bom espetáculo. Não, esta terceira palavra não pode ser se não de um espectador que eu considerarei interessado – o que não significa necessariamente especialista –, na fronteira do teatro muitas vezes fora e dentro do espetáculo. Na sua duplicidade mesmo ela toca mais profundamente o teatro. Aquele que não espera conjugar o texto literário e a prática da cena, o fechamento do que foi representado na obra e abertura da representação sobre a sociedade, o saber e o desempenho, o durável e o passageiro? Talvez, o espectador interessado, este critico singular está na altura de assumir e expor este desmembramento? Sem dúvida ele não é ingênuo (a gente não encontra senão falsos ingênuos no mundo do teatro). Pode e deve haver um saber teatral, seja este histórico ou semiológico (o melhor seria que fossem os dois). Mas, este saber não se aplica ao espetáculo. Ele o submete antes a prova da representação teatral. Por que o teatro é sempre colocado em função do saber. Esta terceira opinião não pretende nem escolher, nem tudo abranger. Ela é antes a expressão de uma aventura: a do espectador dentro e em relação ao teatro. Ele é esta aventura ela mesma. E lá encontra a literatura – sem virar as costas para a cena.” (14)

NOTAS

1 Antes da ARPANET, já existia outra rede que ligava os departamentos de pesquisa e as bases militares americanas, mas toda a comunicação desta rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono. Se a antiga URSS resolvesse cortar a comunicação da defesa americana, bastava lançar uma bomba e esta comunicação entraria em colapso. A ARPANET foi desenvolvida exatamente para evitar isto.

2 Lucia Santaella, Cultura e artes do pós-humano. p. 70-71.

3 Jordana Viotto, O mouse já era. p. 32.

4 Pierre Lévy. A inteligência coletiva. p. 105.

5 Pierre Lévy. A inteligência coletiva. p. 103.

6 Patrice Pavis, Análise dos Espetáculos. p. 40-41.

7 Play on Earth  foi  transmitido via internet, pelo sistema “streaming” (tecnologia que permite teleconferências).

8 Pierre Lévy. A inteligência coletiva. p. 107.

9 Daniele Avila. O que é, mais uma vez, a crítica?

10 Sebastião Milaré, A crítica teatral e sua função nos novos tempos.

11 Pierre Levy, Cibercultura, p.13

12 Pierre Lévy, Cibercultura. P.232.

13 Antônio F. Costella. Comunicação do grito ao satélite. p. 239.

14 Bernard Dort. Un siècle de critique dramatique (Um século de crítica dramática). p. 142.

Referências:

COSTELLA, Antônio F. Costella.  Comunicação – do grito ao satélite. 5ª edição Campos do Jordão. Editora Mantiqueira, 2002. 239 p.

LEMOS, André. Cibercultura. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea, Porto Alegre. Sulinas, 2ª ed. 2004. 295 p.

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34. Tradução de Carlos Irineu da Costa: 1999. 264 p.

______________. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34. Tradução de Paulo Neves, 1996. 160 p.

______________. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Editora 34. Tradução de Carlos Irineu da Costa. 1993. 208 p.

______________. A inteligência coletiva. São Paulo: Edições Loyola, 1998.p.212.

MEYER-PLANTUREUX, Chantal. Un siècle de critique dramatique – De Franscique Sarcey à Bertrand Poirot-Delpech. Belgique: Éditions Complexe, 2003.

PAVIS, PATRICE. A análise dos Espetáculos. Tradução Sergio Sálvia Coelho. São Paulo: Perspectiva. 2003. 323 p.

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GREGO, Maurício. Eniac um sessentão. Info Exame. Editora Abril. São Paulo nº 240. p. 10.

KATO, Gisele. Eu, Robô. Bravo. Editora Abril. São Paulo. nº 132. p.62-66. Ago, 2008.

VIOTTO, Jordana. O mouse já era. Super Interessante – Edição Especial – Guia das Novas tecnologias. Editora Abril . São Paulo. Nº 257. p.28-46, 2008.

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BOGO, Kellen Cristina. A história da internet – Como tudo começou. Disponível em: http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=11&rv=Vivencia. Acessado em 05/01/2009

MILARÉ, Sebastião. A crítica teatral e sua função nos novos tempos. Disponível em: http://www.antaprofana.com.br/materia_atual.asp?mat=295. Acessado em 04/01/2009

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Teatro para alguém, disponível em: www.teatroparaalguem.com.br. Acessado em 03/01/2009

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A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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