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Francisque Sarcey
Os textos de Gustave Larroumet (1852-1903) – professor na Sorbonne, membro do Instituto, diretor das Belas Artes depois Secretário perpétuo da Academia de Belas artes e Jules Lemaître (1853-1914) – escritor, critico, acadêmico que foi uma das grandes vozes do anti-dreyfusismo à frente da Liga da Pátria Francesa, são homenagens póstumas a Francisque Sarcey. Estes artigos, paradoxalmente, parecem justificar todas as críticas formuladas enquanto vivo.
[…] Como todos os escritores originais, Sarcey representou duas coisas : ele mesmo e seu tempo, quer dizer, um caráter original e a vida intelectual de uma geração. Francês de origem, ele trouxe do nascimento um conjunto de qualidades essenciais e atávicas : a necessidade de compreender e de julgar por ele mesmo, que é a razão e o senso do justo e da prática, que é o bom senso, o dom de destacar razão e bom senso pela notação rápida, viva e engraçada, dos relatos e dos contrastes, que é o espírito. […]
Uma visita a Sarcey
Uma visita a Sarcey é uma tradução de Helena Mello do livro Um século de crítica dramática, organizado por Chantal Meyer-Plantureux. Francisque Sarcey (1827-1899) é considerado a figura mais célebre da crítica francesa que nasce no fim do século XIX. Durante 32 anos, o “tio”, como era chamado, teve suas críticas publicadas todas as segundas-feiras até maio de 1899, ano de sua morte.
Aconselhado por alguns amigos, fui fazer uma visita a Francisque Sarcey. Eu devia agradecer o comentário que ele havia consagrado ao Mauvais Berger e também lhe levar os votos de ano novo. No momento em que eu entrei, o velho crítico saía da mesa. Ele estava sentado, ou melhor, esprimido em uma poltrona, rosto muito vermelho e congestionado, o olhar sonolento, a boca caída. Porém, ao me ver, apesar de sua prostração, ele exclamou no tom de falsa e trivial bonomia que lhe é particular:
– Ah! Ah! …. É você? …Então, eu fiz um artigo para você, meu rapaz!