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Niilismo cômico

20 de junho de 2008 Críticas

A trama da peça O Doido e a Morte, texto de Raul Brandão encenado pelo Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, de Cabo Verde, parece fácil de ser descrita: um doido entra no gabinete do governador com uma bomba. O modo como os personagens lidam com essa situação revela uma sátira cheia de espirituosidade e dotada de um estilo bem humorado de ver a vida através da morte.

Aos poucos, três elementos se revelam e se mostram relacionados sob duas forças, dois movimentos distintos. O primeiro elemento é composto por dois artifícios: uma grande tela branca ao fundo do cenário, que assume cores marcantes com a luz e que vai acompanhando as mudanças de tons do espetáculo; junto com efeitos sonoros que dão máxima expressão a pequenos detalhes. Essa sonoplastia ressalta especialmente os movimentos mímicos. A tela não é bem um pano de fundo: os poucos objetos que compõem o cenário são transparentes ou vazados, de forma a sempre incorporar a cor que irradia de trás e que se torna dominante na cena.

Sugestões esboçadas

20 de junho de 2008 Críticas

O recém-encerrado Festlip proporcionou ao espectador um breve contato com representantes da produção teatral de países de língua portuguesa. Há um mérito incontestável nesta proposta, ainda que o resultado apresentado nem sempre se revele satisfatório.

De Cabo Verde desembarcou O doido e a morte, montagem do Grupo Teatral do Centro Cultural Português do Mindelo, que, fundado em 1993, ocasionalmente se dedica à encenação de textos da dramaturgia clássica. No caso específico deste espetáculo, os integrantes decidiram se deter sobre uma obra do autor português Raul Brandão, centrado da perspectiva do fim iminente ao confrontar um político poderoso com a súbita presença de um terrorista.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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