Tag: studio stanislavski

Imagem e discurso

15 de abril de 2008 Críticas
Gabriela Carneiro da Cunha. Foto: Divulgação.

O espetáculo Todo o tempo do mundo, realizado pelo Studio Stanislavski, instala a cena e a platéia dentro do palco do Teatro Maria Clara Machado, formando um outro espaço circular. A cenografia de José Dias intervém efetivamente no ambiente, criando um novo lugar. O espaço de atuação se descola da arquitetura daquele teatro. No centro, um tablado redondo que gira sobre o seu próprio eixo é o suporte para a linha diretriz da trama: o tempo em que um homem ficou preso, os sonhos que teve, sua relação com estes sonhos e a conclusão que se pode tirar desta história. Em torno do pequeno círculo/cela, outro se forma pela disposição intercalada de cadeiras para o público e espaços para as cenas. A divisão entre estes espaços é feita por um véu escuro e pela iluminação. As cenas que acontecem nestes espaços, que às vezes se assemelham a pequenos nichos, apresentam os sonhos do homem que está deitado em seu catre – percebemos esta relação logo de início pois as cenas no círculo exterior só acontecem enquanto o personagem que está no centro dorme.

O que sobra do ritual?

6 de abril de 2008 Críticas
Ator: Henrique Gusmão. Foto: divulgação.

Para a Cia Studio Stanislavski, parece haver algo na relação entre ator e platéia que se perderia com a distância física. Em seus trabalhos, sempre executados para poucos espectadores, as figuras em cena estão muito próximas do público, não exatamente solicitando a participação desse público no desenvolvimento da narrativa, mas demandando uma presença interessada, atenta. Em seu mais recente espetáculo, Todo o tempo do mundo, em cartaz no Teatro Maria Clara Machado, o espectador é conduzido ao espaço cênico pela própria diretora Celina Sodré, não sem antes ter recebido recomendações para desligar celulares, não alterar a posição das cadeiras dispostas pelo espaço e fruir da apresentação.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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