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São Paulo pode ser uma cidade extremamente masculina. Apesar das noções de gênero se apresentarem cada vez mais difusas, e nada mais ser só isso ou aquilo, ouso pensar na virilidade dessa cidade como feição predominante de seus traçados e contornos. Não é preciso ir muito longe, ou basta olhar ao redor, para que a arquitetura e a paisagem mostrem quão masculina pode parecer essa metrópole. Começa por seu nome. Mas são suas estruturas e desestruturas que chamam minha atenção: o gesto de arranhar um céu impossível de se alcançar, desordenadamente, como um garoto prodígio; ou o movimento concreto de se acotovelar em desenhos monumentais, competitivos; a enormidade de escala, o exagero das armações, e o crescimento em sentido vertical, via de regra.