Foto: Divulgação.

“Orestes: Eu, o mesmo, outro. Outros. Deuses, venham e falem. Estamos todos ouvindo.”

Ésquilo, Oresteia segundo Roberto Alvim

Ao longo de 2012, enquanto Alexandre Costa e eu elaborávamos no Rio de Janeiro a tradução e a adaptação da Oréstia, de Ésquilo, para a montagem dirigida por Malu Galli e Bel Garcia, o diretor e dramaturgo Roberto Alvim preparava, em São Paulo, na sede da sua Cia. Club Noir, uma adaptação de todas as tragédias de Ésquilo que chegaram até nossos dias. Além da Oresteia, o projeto de Alvim previa a encenação de Sete contra Tebas, Prometeu acorrentado, Os persas e As suplicantes. Assim, em uma rara coincidência no teatro brasileiro, a única trilogia do teatro grego que chegou integralmente até nós acabou por estrear quase concomitantemente no Rio de Janeiro e em São Paulo, no final de 2012. Nem preciso mencionar a curiosidade que me mordia de ver como Alvim havia resolvido as dificuldades com que a “obra-prima das obras-primas”, no dizer de Goethe, confronta qualquer um que se proponha a encená-la contemporaneamente.