Vol. VIII, nº 65, agosto de 2015

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Resumo: A presença de diretores teatrais italianos como protagonistas do teatro brasileiro da década de 1950 remete ao campo teórico de “memória do teatro”, isto é, de sua epresentação por meio de registros históricos que fixam uma ou outra versão dos processos de modernização da cultura. Movida por missão pioneira (a instalação da direção em cena), a viagem de pessoas e idéias que confluiu na “renovação” da cena moderna no Brasil oferece recorte temático privilegiado, pois nela o sonho moderno coincidiu com a modernização. Seu legado, intuições e oportunidades perdidas podem ser investigados em amplo acervo de documentos inéditos que regressaram com os artistas para o país de origem, como um espetáculo desmontado e armazenado em baús repletos de memórias. Anos mais tarde, a viagem foi narrada de novo, reinventando a versão oficial em outro “teatro da memória” constituído por diários, contos, roteiros, romances autobiográficos e até um filme.

Palavras-chave: missão, legado, arquivo, direção teatral, emigração italiana

Abstract: The presence of italian directors (Adolfo Celi, Ruggero Jacobbi, Luciano Salce, Flaminio Bollini, Gianni Ratto, Alberto d’Aversa) in the renewal of Brazilian theatre in the 50’s refers to studies in the field of culture modernization processes. Motivated by the pioneering mission of implementing theatrical direction, this journey of people and ideas offers a surprising perspective of the “modern dream” that moved them when narrating facts about the modernization of art in Brazil. Its intuitions, its legacy, lost chances and opportunities can be investigated in a large collection of undisclosed documents. These “chest” produced, later, a “theater of memory”. Deconstructing the official version, their journey was represented again, in diaries, novels, film subject and an auto-biographic movie.

Keywords: mission, legacy, archive, stage direction, italian emigration