Vol. IX, nº 67 abril de 2016 :: Baixar edição completa em PDF

Resumo: O artigo apresenta o livro Soma e Sub-tração: territorialidades e recepção teatral, de Edélcio Mostaço. Investiga os modos como o autor discute e aplica os métodos da recepção teatral à luz de uma realidade específica  que é a  do  teatro brasileiro moderno e contemporâneo, entre outros temas. E de como se insere e opera  o trânsito entre diferentes gerações de críticos teatrais do país.

Palavras-chave: Recepção, Crítica,Teatro brasileiro

Abstract: The author presents the volume Soma e Sub-tração: territorialidades e recepção teatral by Edélcio Mostaço. It investigates the ways by which Mostaço discusses and applies the methods of theatrical reception in the light of an specific reality, that of the brazilian modern and contemporary theatre, among other themes, as the transit between different generations  of brazilian critics.

Keywords: Reception, Criticism, Brazilian theatre

 

 

O primeiro movimento do livro de Edélcio Mostaço (Soma e Sub-tração – territorialidades e recepção teatral. São Paulo: Edusp, 2015) é um   panorama do teatro brasileiro que cobre período entre o final dos anos 50 e meados da primeira década do século XXI. Uma visada que começa com os desdobramentos do primeiro modernismo e se estende à cena contemporânea. Edélcio enfatiza a década de 60 como matriz ou espaço/tempo em que se operou alteração fundamental. A nota em que toma os anos 60 como passagem paradigmática na direção de uma mudança substancial pode ser lida, pelas bordas, em outro historiador importante:   Décio de Almeida Prado. Ou melhor, deve ser intuída não de uma análise feita por este, que chegasse às mesmas conclusões, mas, pode-se dizer, em uma atitude: o abandono da atividade crítica . Àquela altura o nosso maior crítico moderno justificara a saída da militância primeiro com o episódio envolvendo a atuação política dos artistas que punham-se em contraponto ao jornal O Estado de São Paulo, para o qual Décio escrevia. Mas, adiante, no balanço que se pode ler na apresentação de Exercício Findo há um argumento menos circunstancial, ligado ao caminhar objetivo da criação cênica. Que   encontra eco distante agora, a posteriori e de maneira naturalmente não programada,   em quadro apresentado no livro.   Décio já não consegue acompanhar a produção , que começa a se diversificar em formas, gêneros e relações a ponto de desvirtuar em parte o que seria o projeto inicial do teatro moderno entre nós: