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Somos todos elefantes

Vol. VIII nº64, maio de 2015.
Resumo: A peça O homem elefante mostra a história de um jovem londrino da segunda metade do século XIX, nascido com uma deformidade que o afasta do convívio social e o transforma em atração de freak shows. A teatralidade da encenação promove apreensões que tensionam as noções de natureza e ciência e ainda revelam certas questões relativas à alteridade.
Palavras-chave: alteridade, teatralidade, Bernard Pomerance, Cibele Forjaz
A ausência em jogos para brincar

Vermelho amargo encena uma adaptação do livro homônimo do mineiro Bartolomeu Campos de Queirós, escritor de literatura infanto-juvenil falecido em 2012, que ofereceu neste seu último escrito uma forma que não se deixa classificar facilmente em uma linha de continuidade, mas sim como uma literatura com a força daquilo que brota inesperadamente. Uma novela repleta de figuras de linguagem e de lirismo que expõe a rememoração do sofrimento causado pela perda prematura da mãe sob a perspectiva do adulto em que predomina um olhar melancólico como paradigma para uma expressão própria do mundo. O eixo narrativo está balizado pelo modo de ser da mãe, como ela se comportava e pelo que ela dizia – o que é desenvolvido em detalhes. O encontro com o poético é fundado pela relação de antítese entre o modo como a mãe e a madrasta (duas mulheres) cortavam tomates.
Criação dramatúrgica e recepção crítica
Texto apresentado para a 9ª Jornada de Iniciação Científica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 16/06/2010.
I. Introdução
Esta comunicação se destina, como tarefa primordial, a investigar a produção estética instauradora de novas possibilidades de criação ficcional, no espaço do palco, a partir da experimentação e manipulação de textos originalmente escritos para publicação em livro. Em particular, pretendo me debruçar, de maneira detalhada, na análise da produção cênica e dramatúrgica de montagens oferecidas ao público carioca, no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil, pela Companhia Aberta. O grupo tinha a liderança da encenadora Bia Lessa, que em curto espaço de cinco anos (tempo que durou a companhia) apresentou versões singulares de quatro espetáculos baseados em obras da literatura universal. São estes: Orlando, romance da escritora inglesa Virgínia Woolf, Cartas portuguesas, baseado em cartas escritas pela freira portuguesa Mariana Alcoforado no século XVII, Viagem ao centro da Terra, romance de espírito cientificista de Julio Verne e, finalmente, O homem sem qualidades, obra inacabada do austríaco Robert Musil. Para tanto, a metodologia aplicada elegeu, como fonte essencial de busca e apreensão de dados sobre as encenações, os discursos de materiais jornalísticos publicados em suplementos culturais à época da encenação, coletados no arquivo histórico do próprio CCBB.