“Não poderia a biografia produzir algo com a intensidade da poesia,
algo com a emoção do drama, retendo, contudo,
a peculiar virtude que há nos fatos – sua realidade sugestiva,
sua própria criatividade?”
Virginia Woolf

Osmarina Pernambuco não consegue esquecer é uma peça escrita por Keli Freitas a partir dos diários de Maria Leopoldina Félix Pinheiro da Silva (1919-2014), a Osmarina Pernambuco do título. Foi o neto dela, o ator Alex Pinheiro, quem apresentou os diários da avó para a dramaturga. Em 2016, Keli e Alex apresentaram parte do processo criativo na Mostra Hífen de Pesquisa-Cena, no Rio de Janeiro. Em 2018, o texto foi selecionado na 6ª Janela de Dramaturgia, projeto que proporciona leituras encenadas de textos inéditos da dramaturgia contemporânea brasileira, realizado em Belo Horizonte. Foi quando conheci o texto, pois fiz parte da curadoria desta edição. Na ocasião, houve uma leitura feita por Bárbara Amaral com direção de Raquel Pedras em outubro daquele ano no CCBB-BH, a que não pude assistir. Também não tive oportunidade de estar na estreia da peça, encenada pela própria Keli Freitas, que também atua no espetáculo, em novembro de 2019 no Teatro D. Maria II em Lisboa. No entanto, tive a sorte de assistir à leitura realizada por Alex Pinheiro no Tempo Festival no mesmo mês, dirigida por Inez Viana.