Conversas

O espectador como cúmplice

19 de janeiro de 2011 Conversas
José Sanchis Sinisterra

José Sanchis Sinisterra é, com certeza, um dos responsáveis pela ampliação do conceito de dramaturgia. Autor teatral, vem formulando em seus textos uma reflexão sobre o que talvez se possa chamar de escrita do ator. A difusão de seu trabalho no Brasil deve ser, em boa parte, creditada ao contato com encenadores como Aderbal Freire-Filho e Christiane Jatahy. Em uma conversa com Daniel Schenker, Sinisterra fala sobre o desejo de ativar o espectador, de elevá-lo ao posto de coautor da cena, do intercâmbio entre teatro e literatura (e outros campos, como a ciência) e da conexão com o Stanislavski do Método das Ações Físicas.

Autoral e polifônico

30 de outubro de 2010 Conversas

Por acasião da temporada do espetáculo Marcha para Zenturo, criado pelo Grupo XIX de Teatro e pelo Espanca!, Felipe Vidal conversa com os integrantes de ambos os grupos. A conversa foi realizada em setembro de 2010 no Espaço SESC. Participaram da conversa: Luiz Fernando Marques, Janaina Leite, Juliana Sanches, Ronaldo Serruya e Paulo Celestino (do Grupo XIX); e Marcelo Castro, Gustavo Bones e Grace Passô (do Espanca!).

Felipe Vidal – Acho que a gente pode começar falando de uma coisa mais objetiva sobre os grupos para depois entrar na história do espetáculo. Queria saber como é a sobrevivência dos grupos, como se dá o dia a dia, como acontece isso para vocês – individualmente e coletivamente?

Janaina Leite – No Grupo XIX a gente tem um contexto bastante específico que é o movimento teatral em São Paulo, que nos anos 90 abriu uma porta enorme de possibilidades pro teatro de grupo. Ainda com todas as restrições, dentro do cenário do país, acho que São Paulo tem uma realidade pra realização do teatro de grupo que é bastante singular. São 10 anos de trajetória e a gente se cola totalmente às conquistas do movimento em São Paulo. Tem a ver com a Lei de Fomento, com todos os editais que vieram depois; com a Lei de Fomento, sobretudo, que foi o que estruturou o grupo. Estruturou, criou um espaço, a gente se entendeu como grupo a partir da Lei de Fomento. O que significa esse entendimento sobre o que é ser grupo, o que é fazer um trabalho continuado, o que é ter uma pesquisa. Então, a gente hoje em dia tem essa força muito grande que é estar ligado a um espaço – o que potencializa muito nossas atividades não só internas, como possibilidade de interação, de receber outros grupos e atividades no espaço – e essa manutenção que vai se dando por esses editais públicos.

Máscara transparente

26 de janeiro de 2010 Conversas e

A conversa foi realizada em março de 2010.

DANIELE AVILA – Seria interessante se você pudesse começar falando um pouco sobre a peça e sobre o que é importante pra você como artista nessa peça.

CHRISTIANE JATAHY – Pra mim, o Corte seco se instaura como uma parte importante de uma pesquisa que, como vocês sabem, não começa com Corte seco. De alguma forma, o que está ali, sendo visto pelo público, no momento em que a peça está sendo feita – porque a peça tem essa característica de estar sendo feita em parte na hora – é muito do que a gente viveu, muito do que eu aplico, em todos os meus processos. De fato, o Corte Seco é uma tentativa, um desejo de abrir o processo, ou seja, colocar em cena de alguma forma a maneira como eu trabalho, tanto para a construção de uma peça quanto para o treinamento. Isso está tão ligado à questão dos sistemas, ao uso dos sistemas como material provocativo pra construção da dramaturgia, um estímulo para os atores construírem a cena, como também a essas interferências, que têm o objetivo de tornar vivo o que está acontecendo na cena, o que vai gerar uma dramaturgia que se transformará numa coisa que, apesar de parecer aberto, não está aberto. Está aberto como qualquer outra peça.

Sobre In on it e outras coisas

10 de julho de 2009 Conversas

Fernando Eiras e Emílio de Mello. Foto: Dalton Valério .

A conversa com Enrique Diaz foi realizada em 21 de maio de 2009

DANIELA AMORIM – Quando a gente se encontrou, pouco antes do último ensaio aberto da peça In On It, você falou alguma coisa sobre a peça ser “diferente”; você parecia estar fazendo uma distinção entre o que eu veria, ali naquela montagem, e alguma coisa que eu esperaria ver numa peça sua. Isso tem a ver com alguma noção de identidade que você atribui ao seu trabalho, à sua intervenção como diretor numa montagem, e que não estaria tão presente nesta montagem? O que seria isto?

Cenografia

10 de maio de 2009 Conversas
Desenho para o cenário da peça Quartos de Tennessee

A conversa com Aurora dos Campos foi realizada em fevereiro de 2009 por Daniel Schenker, Daniele Avila Small e Dinah Cesare.

DANIELE AVILA – Eu não sei se vi todos os trabalhos que você fez. Eu vi Quartos de Tennesse , A forma das coisas, Ele precisa começar e O estrangeiro.

DANIEL SCHENKER – Foram os que eu vi também.

AURORA DOS CAMPOS – Eu não fiz muito mais do que isso. Eu fiz também Contando Machado de Assis do Antônio Gilberto. Nem tem tanto trabalho, eu tô começando mesmo.

DINAH CESARE – Uma das coisas que a gente tinha pensado em falar é sobre você – saber um pouco da sua formação de cenógrafa.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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