Vol. II, nº 16, julho de 2009

25 de julho de 2009 Editoriais

A edição de julho traz os primeiros textos escritos sob as regras do Dogma Questão de crítica, um exercício para orientar a escrita das críticas (abaixo). Publicamos a crítica de Astier Basílio da peça Hysteria, do Grupo XIX de Teatro, de São Paulo, que está em excursão pelo Brasil na programação do palco giratório do SESC; e a crítica de Daniele Avila da peça O zoológico de vidro de Tennessee Williams, dirigido por Ulysses Cruz, que faz temporada carioca no teatro da Maison de France.

A seção de estudos traz os últimos textos dos diários de Gabriela Carneiro da Cunha sobe seu estágio no Théâtre du Soleil com a encenadora Ariane Mnouchkine. Publicamos ainda neste mês a tradução de Wilson Coelho para uma entrevista de Alain e Odette Virmaux com Marinne Lams, amiga de Antonin Artaud. Esta edição ainda traz a conversa com Enrique Diaz, realizada por Daniela Amorim, na qual eles falam sobre a peça In on itde Daniel MacIvor, atualmente em cartaz no Oi Futuro, e outros assuntos relacionados ao trabalho do diretor.

Colaboraram nesta edição:

Astier Basílio, Daniele Avila, Daniela Amorim, Gabriela Carneiro da Cunha e Wilson Coelho.

Editoras:

Daniele Avila Small e Dinah Cesare.

DOGMA QUESTÃO DE CRÍTICA

Em parte com inspiração na montagem da peça Festa de família – que trouxe a lembrança do filme homônimo realizado sob as regras do Dogma 95, elaborado pelos cineastas dinamarqueses Lars Von Trier e Thomas Vinterberg – fica estabelecido o DOGMA QUESTÃO DE CRÍTICA, um conjunto de regras para nortear a escrita dos nossos textos críticos. A princípio, nos propomos a experimentar essas regras.

1 – As críticas não devem conter adjetivos ou advérbios (e locuções adverbiais) de modo, para que não haja valoração desprovida de conceituação sobre o objeto analisado. Os advérbios de intensidade também devem ser evitados.

1 – As críticas não devem conter adjetivos ou advérbios (e locuções adverbiais) de modo que designem uma valoração desprovida de conceituação sobre o objeto analisado. Os advérbios de intensidade também devem ser evitados.

2 – Os críticos devem cuidar para não tratar o trabalho do ator como elemento independente do espetáculo, procurando discutir a materialidade da atuação sem reforçar o hábito da valorização da personalidade do ator.

3 – Os textos críticos não devem conter frases facilmente “destacáveis”, que possam ser citadas fora de seu contexto para validar ou desvalidar a obra ou qualquer um de seus elementos.

4 – O objeto em questão não deve ser comparado com nenhuma ideia de “original”, como texto escrito ou primeira montagem, salvo análises verticais, profundas, de uma hipótese muito bem fundamentada.

5 – Os textos críticos têm obrigatoriamente que ter uma hipótese.

6 – Os críticos não devem listar atores ou elementos do espetáculo sob o mesmo prisma de análise.

7 – Textos de programa não podem ser citados nas críticas.

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Questão de Crítica

A Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais – foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008 como um espaço de reflexão sobre as artes cênicas que tem por objetivo colocar em prática o exercício da crítica. Atualmente com quatro edições por ano, a Questão de Crítica se apresenta como um mecanismo de fomento à discussão teórica sobre teatro e como um lugar de intercâmbio entre artistas e espectadores, proporcionando uma convivência de ideias num espaço de livre acesso.

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